Em nota, a PF informou que são cumpridos
nove mandados de prisão preventiva, quatro de prisão temporária, 13
mandados de medidas cautelares e 41 de busca e apreensão na Bahia e em
Minas Gerais. A operação conta com a participação de 160 policiais
federais e 16 auditores da CGU.
Segundo a PF, ao longo das
investigações, iniciadas em 2013, foi apurado que três falsas
cooperativas que pertenciam a um mesmo grupo, vencedoras de licitações
recorrentes, desviavam recursos públicos obtidos por meio de contratos
celebrados com diversos municípios, na área de transporte, sobretudo
escolar.
Com os dados obtidos foi possível
verificar que essas cooperativas serviam apenas de “fachada”, não
havendo concorrência entre elas uma vez que as vencedoras eram definidas
previamente.
Entre os anos de 2010 e 2016, afirma a
PF, o esquema obteve aproximadamente R$ 140 milhões em contratos, dos
quais teriam sido desviados pelo menos R$ 45 milhões em razão das
fraudes apuradas.
Parte dos valores recebidos pelas
cooperativas era repassada a servidores públicos, no intuito de
corromper agentes políticos e interferir em decisões dos poderes
Executivo e Legislativo municipais, além de financiar ilicitamente
campanhas eleitorais como forma de se manterem dominantes no poder.
O grupo chegava a decidir os candidatos
que concorreriam aos cargos eletivos nos municípios de sua atuação, a
formação das coligações locais, o secretariado a ser nomeado pelos
prefeitos e até mesmo se as Câmaras Municipais deveriam ou não aprovar
as contas do município. Uma espécie de atuação paralela que influenciava
decisões públicas a favor de interesses ligados ao esquema criminoso.
Os envolvidos responderão pelos crimes
de peculato, organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa
e passiva e fraude à licitação.
O nome da operação, Lateronis, é uma
referência aos soldados da Roma antiga, que guardavam as laterais e as
costas do imperador e que, de tanto estarem ao lado do poder, passaram a
acreditar que eram o próprio poder e que podiam atuar de forma impune
ao cometerem delitos contra os mais pobres.
Fonte: Varela Notícias
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